terça-feira, 25 de agosto de 2009

Projeto de Lei de Iniciativa Popular.Coleta de Assinaturas.


Como publicado no jornal de bairro "Rubinho da Divinéia Jornal",a proposta de Projeto de Lei de Iniciativa Popular com vistas ao tombamento,restauração e abertura ao público da Capela Nossa Senhora da Imaculada Conceição,na Rua Grajaú 27 no Bairro de mesmo nome,pertencente á família Tricárico e,também,para dar ao Parque Estadual do Grajaú,conhecido como "Reserva Florestal Grajaú",o nome deste ilustre morador e fundador,Francisco Antonio Tricárico,está recolhendo assinaturas. Atingido o número necessário,será enviado á Câmara Municipal do Rio de Janeiro para apreciação do Legislativo Municipal,que deliberará acerca da viabilidade do Projeto.

Assine e convide seus parentes e amigos a fazerem o mesmo! Estaremos resgatando a história e a figura importantíssima deste notável personagem do Grajaú,tão esquecido pelo povo da cidade e,principalmente,de nosso bairro!

Rubinho da Divinéia.

sábado, 15 de agosto de 2009

100 anos Euclides da Cunha


A última entrevista de Euclides da Cunha




Por volta das 11h do dia 15 de agosto de 1909, Euclides recebeu em sua casa, na avenida Atlântica, em Copacabana, Rio de Janeiro, o escritor, também jornalista, Viriato Correia, para uma entrevista a ser publicada pela “Illustração Brazileira”. Era domingo, “era sol e era azul”, informa Viriato. Mais do que uma entrevista, o encontro foi uma conversa, um diálogo entre duas pessoas inteligentes, dois literatos de alta cepa, que já haviam se encontrado e proseado muito “sobre livros e sobre arte” na rua do Ouvidor — certamente na Garnier. Durante algumas horas tratou-se sobretudo de “Os Sertões”, do processo de sua confecção — estaria se inaugurando (mais um pioneirismo de Euclides, sempre antecipador) o hoje bastante praticado making of? Almoçaram, mas não saíram “descalços para passear na praia”, como sugerira Euclides (acima, em foto de acervo da Academia Brasileira de Letras) quando na Ouvidor convidara Viriato a ir “um domingo lá em casa” — não saíram porque Euclides anunciou ter um compromisso. Despediram-se, Viriato levando com ele as preciosas anotações, Euclides partindo para o derradeiro ato de sua vida, naquela tarde daquele mesmo dia. O sol e o azul do dia transformaram-se à noite numa terrível chuva, que inundou a cidade, que fez-se cinza e negra — assim como o Brasil... (apresentação de Mauro Rosso, autor do livro “Escritos de Euclides da Cunha: política, ecopolítica, etnopolítica”, que sairá em setembro pelas editoras PUC/Loyola, para a última entrevista concedida por Euclides da Cunha. A entrevista será publicada no livro).




É ali, em Copacabana, ao rumor das ondas, numa casa batida pelo vento do mar e de janelas abertas para o azul do oceano, que Euclides da Cunha vive a sua existência extraordinária, do mais completo e do mais artista historiador brasileiro.
Uma tarde, em que à rua do Ouvidor, falávamos de livros e de arte, ele me bateu amigavelmente nos ombros:
— Vai um domingo lá em casa, que diabo! Conversamos, almoçamos e depois sairemos descalços, a passear na praia.
Desde as primeiras páginas de Os Sertões que eu comecei a ter pelo historiador de Canudos a mais cega e comovida admiração. Não era admiração apenas, era mais — adoração — adoração por aquele escritor, que, imprevistamente, surgia onipotente e supremo, para o espanto de uma língua e de uma raça, por aquele narrador de guerra que de tão alto se punha para historiar todos os problemas da luta, pelo artista ruidoso e formidável, que abria uns novos painéis de arte robusta e essencialmente nossa, pelo paisagista incomparável. evocador, como nenhum outro, gigantesco, resplandecente, como ninguém.
Foi num domingo que lá estive. Era sol e era azul. A casa estava com as janelas abertas para o vento do mar, rumorejante da alegria das ondas, que, na areia se esfarelavam toda lavada do sol daquele domingo álacre.
Euclides é um simples como nunca vi assim. Quem o encontra na rua, magro, o rosto carregado, numa profunda concentração, não acredita o que pode haver de alegre, carinhoso e desprendido naquela alma. Quem devora as páginas rutilantes de “Os Sertões” imagina que ali está um escritor de sossego e método e que a obra foi feita com o maior dos métodos e o mais regular dos sossegos.
Nada disso. Nem uma coisa nem outra. Euclides nunca “se assentou”.
A sua vida tem sido uma vida errante, ora aqui, ora ali, numa comissão, noutra, as malas sempre prontas, os livros dentro das malas. Ora em Minas, em São Paulo, no Amazonas, no Acre, em Canudos; de lápis na mão, enchendo de algarismos os livrinhos de notas, como engenheiro.
Ao que ele conta, desde estudante que o seu sonho é pousar; ter uma vida pacata, a sua casa, tudo em ordem, os seus livros arrumadinhos, a hora certa de começar o trabalho, a hora certa de terminá-lo, e hora certa de dormir. E nunca teve. A sua existência tem sido revolta, sem assento em lugar nenhum, irregular, imprevista, incerta, nômade, uma hora aqui, outra onde o diabo perdeu as botas, sempre carregado de trabalho, trabalhando noites além, um dia no costado de um cavalo, percorrendo sertões, outro medindo terras, outros suando, entre o fragor dos martelos, numa ponte que se constrói. Um horror!
— Continuo a ser o estudante que era. Tudo à revelia.
Ao entrar-se em casa de Euclides, a gente fica à vontade. Não parece que se está em frente de um dos máximos prosadores de uma língua, mas sim de um rapaz amigo, de um velho camarada com quem se viveu larga quadra, de um companheiro que nos fala de suas coisas como se fossem nossas, uma dessas criaturas que vão, logo à primeira vista, espavorindo a cerimônia, e a quem a gente se sente mal de dar até o tratamento de “senhor”.
E o que é curioso, o que mais ressalta e o que mais comove, é a profunda modéstia de Euclides. Isso dele ser o mais completo dos nossos historiadores, o artista extraordinário, o escritor surpreendente, o paisagista formidável, isso, somos nós aqui fora que o dizemos. Ele, ele é que não está convencido disso. A sua modéstia é orgânica. Os sertões para ele nada tem de extraordinário. É um livro como outro qualquer.
Aquelas páginas assombrosas cheias daquele fragor e daquela comburência de frase, daqueles painéis faustosos, que nos fazem vibrar e arder de entusiasmo e de orgulho, para ele são páginas rasteiras, cobertas de defeitos. De defeitos!
— De defeitos, sim! — confirma Euclides, muito espantado de ninguém ter dado por isso. — Aqui estão eles. Na nova edição de “Os Sertões” fiz seis mil emendas. Não se diga que sejam erros de revisão, são defeitos meus, só meus.
E mostrou-nos o livro, onde em cada página aparecem pelo menos três remendos.
— Hei de consertar isto por toda a vida. Até já nem abro Os sertões porque fico sempre atormentado, a encontrar imperfeições a cada passo.
É ao almoço, numa sala para o mar, enquanto o vento da praia agita os guardanapos, que Euclides me conta como escreveu “Os Sertões”.
Estava por esse tempo em São José do Rio Pardo, reconstruindo uma ponte. Era um trabalhar sem conta, noite e dia, ele ali a dirigir as obras, sempre à frente, no tumulto dos operários.
A ponte construída por outros engenheiros havia uma noite desabado desastrosamente e o governo de São Paulo convidara-o a reconstruí-la.
A obra era da mais alta responsabilidade, principalmente depois do desastre. Euclides, por amor próprio, em respeito à sua carta de engenheiro, estava sempre à tese de tudo. Morava numa casinha a dois passos das obras e passava os dias, em cálculos, a lutar com os xx da matemática. Foi aí que veio a ideia de escrever “Os Sertões”.
Um livro daquele peso toda gente tem a impressão de que o seu autor escreveu-o cercado de volumes para consultar. Não foi assim. Euclides não tinha um livro consigo, nem um volume de geologia. Nada.
Mas assim mesmo atirou-se. A todo o momento tinha que levantar-se, para vir ver a marcha do trabalho da ponte, que se ia erguendo, quando estava num trecho, desses com que os escritores se torturam e dão um pedaço de vida para acabá-Io, eis que um operário vinha chamá-lo para resolver uma dificuldade. Apesar disso “Os Sertões” iam caminhando. À tarde o juiz de direito, o presidente da Câmara Municipal, mais duas ou três pessoas de Rio Pardo, reuniam-se à casinha de Euclides, para ouvir o folhetim.
Ele lia então as tiras que havia escrito durante o dia. Dentre as pessoas que vinham ouvi-lo havia um paulista conhecedor dos sertões; um desses talentos fulgurantes, estupendos que nunca são coisa alguma porque nunca entraram numa escola. Esse homem tinha cócegas de escritor. Tinha lá os seus versos, as suas tiras de papel cheias de rascunhos literários. Euclides da Cunha falou que ia descrever o estouro de boiada, dos quadros mais épicos e mais sinistros dos campos e matas brasileiros.
Nunca havia visto o estouro; sabia-o apenas por informação, por ouvir contar. O paulista vira diversos, estava “cansado de ver”, dizia ele.
— E se seu doutor quiser, seu doutor escreve, eu escrevo também e vamos ver quem é que faz mais perfeito.
Euclides teve, deveras, medo daquela proposta. Atirou-se à descrição, receoso de ser derrotado. No outro dia, à tarde, o matuto apresentou-se corajosamente, com as suas tiras de papel. O juiz de direito, o presidente da Câmara, as duas ou três pessoas de Rio Pardo esperavam o duelo.
— Leia!
— Leia o doutor primeiro!
Euclides leu. Leu aquela descrição incomparável, assombrosa, que nós todos conhecemos n’ “Os Sertões”. E ao terminar voltou-se para o homem.
— Leia!
— Qual, nada seu doutor. Olhe ali.
No chão, as tiras do pobre homem estavam aos pedacinhos, esfrangalhadas.
— Eu vou então ler alguma coisa depois disso?! Não é possível, não é possível, que o senhor não tenha visto pelo menos cem “estouros de boiada”.
E no meio da barulhada infernal dos martelos, das travas de ferro, dos foles, “Os Sertões” caminhavam. Quando a ponte ficou concluída, o livro estava concluído também. Ninguém sabia nesse tempo que Euclides era escritor. Ele apenas se havia mostrado no “Estado de S. Paulo”, numas crônicas, ligeiras, com as iniciais. Tinha medo da publicidade. Mas resolveu a publicá-lo. O juiz de direito, o presidente da Câmara de Rio Pardo, o matuto do “estouro” haviam-lhe dito que o livro era bom. Foi a São Paulo e levou-o ao “Estado”, para publicá-lo em folhetins. O maço de tiras era enorme. Isso parece que espantou. Seis meses depois, ao voltar a São Paulo e ao subir à redação do Estado, lá encontrou, num canto, o seu embrulho de tiras, empoeirado. Pô-lo debaixo do braço, e veio ao Rio de Janeiro. Não conhecia aqui nenhum escritor, a não ser Lúcio de Mendonça. Lúcio de Mendonça procurou-lhe editor. O escritor era desconhecido e o volume de tiras assustava. Os editores torciam o nariz.
O “Jornal do Commercio” não quis a obra para folhetins. Afinal o velho Masson da casa Laemmert, depois de muito pensar e de muito vacilar, disse que ficava com o rodo de tiras. Entra o livro no prelo. Meses depois Euclides, que por essa feita estava em Lorena, ao chegar à Companhia Tipográfica, à rua dos Inválidos, abrindo ao acaso um volume, lá encontrava um a com uma crase intrusa, adiante uma vírgula de mais, etc., etc. Ele estava nesse tempo atacado de uma neurastenia profunda. Aquela crase, aquela vírgula, aqueles outros erros, pareceram-lhe grandes blocos de pedra, que vinham atacar o seu nome. Que horror! E a ponta de canivete (parece mentira, mas verdade), em dois mil volumes, Euclides raspou oitenta erros. Foram cento e sessenta mil emendas! Levou dias e dias nessa trabalheira gigantesca. Os operários da tipografia estavam assombrados com aquilo. Ele passava os dias, as noites curvado sobre os volumes, a raspar com a pontinha do canivete. Só acabou na véspera da chegada do barão do Rio Branco, em dezembro de 1902. O livro ia ser posto à venda no dia seguinte. Um estranho pavor se apoderou de Euclides. Tinha certeza de que a obra ia ser um desastre. E pediu ao editor que retardasse a venda para daí a três ou quatro dias. E tocou-se para Lorena.
O seu pavor tinha crescido estupendamente, tanto que, chegando a Lorena à meia-noite, às três da manhã estava de viagem. Para onde? Sabia lá! O que ele queria era fugir, esconder-se no fim do mundo, não ver mais ninguém, rasgar o livro, não ter notícias do desastre. E andou oito dias a cavalo pelo interior de São Paulo, sem destino. O que lhe passava pelo espírito era curioso: via-se inteiramente achatado, a sua reputação de engenheiro por terra, o seu nome espatifado nas crônicas dos jornais.
— Para que me fui meter eu nisso, senhores!
Ao chegar aos pousos do sertão, onde os sertanejos vinham recebê-la ao terreiro, para hospedá-lo, as reflexões que lhe acudiam eram interessantes.
— Ora veja, dizia, esses homens me tinham em tão boa conta!
Ao fim de oito dias sentiu saudade da família. Do livro não tinha a mais vaga notícia. Mas via-se servindo de troça nas rodas literárias da rua do Ouvidor, o editor desesperado com a bucha, a mandá-lo para o inferno. Chegou a Taubaté, de volta, empoeirado, à tarde. Depois da chegada do trem do Rio, seguia um expresso para Lorena. Enquanto esperava o expresso, foi comer alguma coisa, no restaurante da estação. Chega o trem do Rio. Uma multidão de passageiros salta e corre para o restaurante. Entre eles um homem alto, barbado, de guarda-pó e um livro debaixo do braço. Euclides tem um sacolejão. Se não se enganava tinha visto Os sertões, sob o braço do homem. Parece que foi alguma mola que o fez levantar-se. Chegou-se ao tipo, sacudido de emoção:
— O senhor pode deixar-me ver esse livro?
O senhor fitou-o, mediu-o e sério, desconfiado da má vontade, estendeu-lhe mudamente o livro, sem largá-lo. Era “Os Sertões”.
— Obrigado.
O seu desejo foi atirar-se ao sujeito e abraçá-lo. Mas voltou para a sua mesa e pôs-se a pensar e repensar. O livro estaria fazendo sucesso? Teria sido bem sucedido? Os jornais o que estariam dizendo? E a figura do passageiro de guarda-pó surgia-lhe à imaginação. Aquele sujeito não tinha cara de gostar de ler. Se estava lendo seu livro é porque estava gostando. Quem sabia se aquilo não era apenas ostentação, vaidade de mostrar-se aos outros passageiros do trem como leitor de um livro grosso! Poderia ser! Mas como foi que ele comprou o livro? O volume custava dez mil-réis. Só se dão dez mil-réis por um livro, quando se sabe, ou se ouve dizer, que esse livro é bom. Se aquele homem comprou, é porque ouviu dizer, ou por um amigo ou pelos jornais. Mas podia ser que aquilo fosse um presente. Podia. E o sujeito estaria gostando? Se ele não estivesse, ao saltar do trem para tomar um refresco na estação, deixaria o volume no seu banco. Se o trouxe debaixo do braço era porque o livro lhe era precioso. Mas também podia ser que fizesse aquilo para que não lho roubassem. Mas um livro ninguém se importa que carreguem com ele.
E nesse torturar de espírito, Euclides chegou a Lorena. Esperavam-lhe jornais e cartas. Cartas do editor. Do editor havia duas. Abriu uma por acaso, por felicidade era a segunda. Nessa carta, o editor dizia que estava assombrado com a venda do livro e que em oito dias estava quase esgotado um milheiro; contava-lhe do sucesso, das críticas dos jornais, do barulho que a obra estava fazendo. A outra carta, a primeira, era esmagadora. O editor confessava-se-lhe redondamente arrependido de tê-lo editado, dizia que não havia vendido um único volume e mais: que, sendo cada volume pelo preço de dez mil-réis, mandara oferecer aos “sebos” da rua de São José por cinco e nem um só aceitara.
— Se eu tivesse lido essa carta em primeiro lugar, parece que morreria, conclui Euclides, sorrindo.
É essa a história da obra máxima da nossa literatura. A profunda modéstia de Euclides é orgânica. Com a publicação de “Os Sertões”, quem mais se espantou foi ele. Nós nos espantamos de ver que a nossa raça já tinha um escritor, que atingira ao mais alto grau da perfeição. Ele se espantou ao saber que esse escritor era ele.

V. C.

Sobre Drogas Lícitas e Ilícitas.


Comissão Sobre Drogas terá juristas, banqueiros e celebridades



À exemplo da Comissão Latino-Americana, co-presidida por Fernando Henrique Cardoso, a sociedade civil brasileira está criando este mês uma comissão permanente para debater e propôr mudanças nas leis sobre drogas do Brasil. A nova Comissão Brasileira Sobre Drogas e Democracia (CBDD), iniciativa do movimento Viva Rio, será instalada oficialmente no próximo dia 21 de agosto, numa cerimônia na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio, que contará com as presenças, além do próprio FHC, de Peter Reuter, coordenador do relatório oficial sobre drogas que a União Européia levou à reunião mundial da ONU sobre o assunto, ocorrida em Viena, e de Mike Trace, ex-Czar das drogas do Reino Unido, entre outros.

Hoje, o blog Sobredrogas teve acesso, em primeira mão, à lista completa dos integrantes da nova comissão, formada não só por especialistas e estudiosos do tema, mas por notáveis, celebridades, esportistas, banqueiros, empresários e juristas de peso. Dos ministros do Supremo Carlos Velloso e Ellen Gracie ao boxeador Acelino Popó Freitas, passsando por Viviane Senna e Daiane dos Santos, a lista é grande e heterogêna. A presença desses nomes no movimento visa justamente popularizar o debate sobre as drogas, aumentando sua penetração em diversos segmentos da população. Confira:

1. Carlos Costa - Líder comunitário
2. Carlos Velloso - Ministro do Supremo Tribunal Federal
3. Celina Carpi - Presidente do movimento "Rio Como Vamos"
4. Celso Fernandes - Presidente da Visão Mundial Brasil
5. Daiane dos Santos - Ginasta olímpica
6. Dráuzio Varela - Médico e escritor
7. Ellen Gracie - Ministra do Supremo Tribunal Federal
8. Edmar Bacha - Economista, ex-diretor do Banco Central
9. Joaquim Falcão - Diretor da Escola de Direito da FGV
10. João Roberto Marinho - Vice-Presidente das Organizações GLOBO
11. Jorge Hilário Gouvea Vieira - Advogado
12. Cel Jorge da Silva Cel PM, Ex-Chefe do Estado Maior da PM do Rio, Doutor em Sociologia
13. José Murilo de Carvalho - Doutor em Ciência Política, membro da Academia Brasileira de Letras
14. Lilia Cabral - Atriz
15. Luiz Alberto Gomes de Souza - Sociólogo
16. Maria Clara Bingerman - Decana da Faculdade de Teologia da PUC RJ
17. Marcos Vinicios Rodrigues Vilaça - Ensaísta e poeta, membro da Academia Brasileira de Letras
18. Paulo Gadelha - Presidente da FIOCRUZ
19. Paulo Teixeira - Deputado Federal (PT/SP)
20. Pedro Moreira Sales - Presidente do Conselho Itaú Unibanco
21. Popó - Ex-campeão mundial de boxe
22. Regina Maria Filomena Lidonis De Luca Miki - Coordenadora da CONSEG e ex-Secretaria de Defesa Social da Prefeitura de Diadema
23. Regina Novaes - Antropóloga, Ex-presidente do Conselho Nacional da Juventude
24. Roberto Lent - Neurocientista, UFRJ
25. Rosiska Darcy de Oliveira - Escritora, co-presidente do movimento "Rio Como Vamos"
26. Viviane Senna - Presidente da do Instituto Ayrton Senna
27. Zuenir Ventura - Jornalista


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Enviado por Sobredrogas - 11/8/2009- 16:17
Políticas de drogas na América Latina caminham para abrandamento

A descriminalização do consumidor de drogas, a aplicação de penas mais brandas a pequenos traficantes e a implantação de políticas de redução de danos são o saldo positivo do balanço dos últimos dez anos das políticas de drogas dos países latino-americanos. Do lado negativo da balança, está o combate ao narcotráfico, mal-sucedido no desafio de diminuir as áreas de cultivo. As conclusões foram feitas na I Conferência Latino-americana sobre Política de Drogas, realizada na semana passada, em Buenos Aires, sob organização da Asociación Civil Intercambios, entidade argentina dedicada ao estudo de problemas relacionados às drogas.

Autor da lei que proíbe a patente de medicamentos e da primeira lei de redução de danos no Brasil, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) estava presente e apresentou o estudo encomendado pelo Ministério da Justiça a especialistas em Direito da UFRJ que mostra o perfil dos presos por tráfico de drogas no Brasil, cujos dados este blog apresentou em primeira mão no mês passado (clique aqui para ver). Teixeira repetiu as informações que mostram, entre outras coias, que 56% dos condenados por tráfico no Brasil estavam sendo detidos pela primeira vez, sendo que 84% não portavam armas, 60,8% estavam sozinhos e não faziam parte de nenhum grupo criminoso. O deputado ressaltou também o fato de que 50% dos condenados por tráfico de maconha estavam portando menos de 100 gramas.

- Esses resultados demonstram que a lei de drogas brasileira aumenta o dano aos usuários, que ingressam no crime organizado quando estão presos _ disse.

Falando sobre a realidade argentina, a coordenadota do Comitê de Controle do Tráfico de Entorpecentes e Substâncias Psicotrópicas da Chefia de Gabinete de Ministros, Mónica Cuñarro, avaliou como “muito avançado” o projeto de reforma de lei de entorpecentes na Argentina, que só depende do aval da Corte Suprema para entrar em vigor. O projeto deve optar por punições que não levem à prisão usuários ou pequenos traficantes. A especialista defendeu que haja um acordo entre os países da América Latina para o julgamento dos delitos asociados ao narcotráfico. Sobre os consumidores, lamentou as leis excessivamente punitivas dos países da região.

Outro país com representante na Conferência, o Equador também está em processo de abrandamento da legislação sobre drogas. Subsecretária do Ministério da Justiça e Direitos Humanos daquele país, Michelle Artieda apontou o indulto a mulas (pessoas usadas no tráfico de pequenas quantidades de drogas) no fim do ano passado como uma indicação de que o país caminha para uma lei mais amena em relação às drogas.

Outras informações sobre a Conferência podem ser lidas no site Conferenciadrogas.com, mantido pela organização do evento.


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Enviado por Paulo Mussoi - 6/8/2009- 23:34
Debate sobre drogas no GLOBO: Regulamentação é a palavra-chave



Não tem muito tempo, o advogado novaiorquino Ethan Nadelmann, fundador da Drug Policy Alliance, entidade que defende mudanças na política antidrogas americana, era considerado um radical em seu país. Sua posição pela legalização da maconha, redução de danos a dependentes químicos e descriminalização do uso de todas as drogas, com vistas à diminuição do encarceramento em massa que faz dos EUA responsável por 25% de toda a população carcerária do mundo, fazia dele um ET em qualquer debate público do qual participasse. Mas hoje, ele garante, os tempos são outros. Mesmo sem ter feito ainda nada de concreto sobre o tema, o novo governo democrata de Barack Obama promete começar a mudar o cenário de violência, gastos públicos e intolerância que domina a posição americana sobre o assunto dentro e fora do país, e que nos últimos anos arrastou quase o mundo inteiro numa cruzada cara e pouco eficiente em busca da utopia impossível de um mundo livre das drogas. Pelo menos essa é a esperança de Ethan, que nessa quinta-feira participou de um debate sobre legalização de drogas no auditório do Globo, na companhia da psicanalista Maria Thereza Aquino, diretora do Núcleo de Estudos em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad/UERJ), do jornalista Arnaldo Bloch e de cerca de 100 privilegiados espectadores. O evento fez parte do projeto Encontros no Globo, no qual há cerca de 20 anos público e especialistas se reúnem para discutir temas relevantes para a sociedade.

Apesar de o tema proposto ser legalização, a palavra-chave do debate foi outra. “Regulamentação é a minha bandeira”, disse Ethan, logo na abertura de sua participação, usando o termo que repetiria várias vezes ao longo de quase duas horas de evento. “Não estou aqui para dizer que maconha é maravilhosa, porque não é. Também não estou aqui para dizer que o usuário de maconha está livre dos riscos da dependência, porque não está. Estou aqui para dizer que o ponto de vista do proibicionismo, além de hipócrita e ineficiente, é hoje, cada vez mais, um tremendo desrespeito aos direitos humanos”, disse o americano. “Regulamentar o uso de maconha, respeitando-se seu potencial de malefícios à saude bem como o seu potencial de benefícios é a única saída para aumentar a segurança do uso dessa substância e reduzir a criminalidade a ela relacionada”, completou.

Para Ethan, a regulamentação da produção e da venda dificultaria, por exemplo, o uso de maconha por crianças (“hoje é mais fácil para uma criança comprar maconha do que bebida nos EUA”, lembrou). Também permitiria um maior controle da composição da droga, hoje entregue unicamente aos interesses dos traficantes, e geraria impostos suficientes para que políticas amplas de redução de danos e prevenção fossem implementadas. “Exatamente como foi feito quando se terminou com a Lei Seca, nos anos 30”, defendeu, lembrando o que hoje todo mundo já sabe: a Lei Seca americana, que vigorou entre 1920 e 1933, só fez aumentar o consumo de bebidas fortes e de baixa qualidade, produzidas sem controle por grupos de criminosos, prática que envenenou e tornou seriamente dependentes milhares de americanos. Após a abolição da lei, ao contrário dos temores mais puritanos, o consumo de álcool nos EUA manteve-se em bases controláveis nos últimos 70 anos, com a vantagem de ter se transformado num eficiente gerador de receitas provenientes de impostos.


Para a debatedora Maria Thereza Aquino, contudo, a tese da regulamentação ainda soa como uma proposta assustadora, pelo menos no caso do Brasil. Segundo ela, a sociedade brasileira não está preparada ainda para um passo como esse. “Temo que muitas pessoas aqui confundam a legalização com uma permissão para usar livremente, o que pode ser muito perigoso”, diz a psicanalista, que no caso da maconha pontua ainda uma outra preocupação: “Sei, por experiência própria com meus pacientes, que a maconha hoje não é mais uma droga leve. É usada cada vez mais em versões altamente concentradas, com poder psicoativo e efeitos colaterais muito mais poderosos do que havia nos anos 70”, disse.

Apesar disso, Maria Thereza concorda com a tese da descriminalização do usuário. “Uso de droga tem que ser assunto do Ministério da Saúde. Portar droga não deveria ser crime nem ter qualquer tipo de pena. Isso ajuda a “desestigmatizar” o usuário, e pode contribuir muito no tratamento dos dependentes. Eis um ponto sobre o qual eu acho que a lei brasileira ainda pode evoluir”, disse ela, fazendo referência à confusa lei brasileira, que despenaliza mas continua considerando o porte de drogas para uso pessoal um crime previsto no código penal, o que abre margem para muitas interpretações equivocadas (ou mesmo mal intencionadas) pelos nossos agentes da lei).

***

Veja abaixo algumas das principais observações de Ethan e Maria Thereza durante o debate:


Ethan:
“Não creio que possa haver uma mudança radical para uma nova política de drogas legalizadas. Este será certamente um processo passo a passo, que precisará de um diálogo muito evoluído em direção a um novo entendimento político e social sobre o assunto, livre das amarras do preconceito e do moralismo, com a luz da ciência e da tolerância”

Maria Thereza:
“Nossa experiência mostrou que a politica de troca de seringas fez com que os dependentes com quem trabalhávamos usassem cada vez menos a cocaína injetável. Isso é uma evidência de como ações de redução de danos são importantes”

Ethan:
“É preciso dizer que maconha não é, em absoluto, tão forte e perigosa quanto o álcool. A grande maioria das pessoas que a usa não fica viciada, não perde o controle, não tem graves problemas de saúde nem fica viciado em drogas mais fortes”


Maria Thereza:
“Não consigo olhar com leveza a possibilidade de legalização das drogas. Tudo bem que ninguém morre de maconha, mas a maconha ‘mata’ muitos destinos. Um adolescente que passa duas, três horas por dia sob o efeito da maconha certamente não terá o mesmo destino de um que tem as mesmas oportunidades mas que não fuma maconha”

Ethan:
“O que ‘mata’ o destino das pessoas é a prisão por porte de maconha. Carimba o indivíduo com uma ficha criminal que certamente o estigmatizará e o desestimulará a ousar na vida. Barack Obama já admitiu que fumou maconha e usou cocaína na juventude. Imagine se ele, um negro, tivesse sido preso por isso? Será que teria tido coragem para se candidatar a um cargo público depois? Provavelmente não. E hoje não teríamos nosso primeiro negro na presidência”

Maria Thereza:
“A legalização das drogas me parece um beco sem saída. A venda de drogas com taxação de impostos abrirá espaço para que o mercado negro ofereça o produto mais barato, perpetuando o tráfico. Da mesma forma, a legalização facilitará o acesso à droga a quem está tentando abandonar a adicção”

Ethan:
“Todos os esforços para se erradicar as plantações de plantas como a coca, a maconha e a papoula nos últimos 50 anos foram inúteis. Simplesmente fizeram as plantações mudarem de lugar. O caso da América do Sul, por exemplo: a repressão na Bolívia nos anos 80 levou a coca para a Colômbia. É um erro grosseiro de estratégia, que só a hipocrisia não permite ver”

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Rubinho da Divinéia Vereador 13422 Competência,Justiça e Legalidade.: Cultura e Comunicação.

Rubinho da Divinéia Vereador 13422 Competência,Justiça e Legalidade.: Cultura e Comunicação.

Tese.Candidato á Presidente da Zonal Grande Tijuca.


Tese para candidatura a presidência da Zonal Grande Tijuca.


É possível reformar a sociedade pacificamente, através da vontade política e participação popular?

Socialismo: Conjunto de doutrinas que se propõem a promover o bem comum pela transformação da sociedade e das relações entre as classes sociais mediante a alteração do regime de propriedade. (Aurélio)

Socialismo Democrático: Garante a propriedade, a participação popular, pluralidade de partidos e as liberdades individuais. Possibilita a igualdade de oportunidades, auxiliando o crescimento da individualidade.

Como Fourier (1772-1837), considero natural que haja ricos e pobres; Mas,como Proudhon (1809-1865), me bato pela igualdade de oportunidades e deste discordo,quando criticava o poder do Estado.
Hodiernamente tem-se o Estado como o promotor do bem estar social. É seu fim precípuo prover o bem comum! Algumas medidas tomadas pelo governo Lula, tem fundamentos no século XVIII, como bancos oficiais oferecendo crédito á juros mais baixos,forçando a concorrência comercial a fazer o mesmo,beneficiando toda sociedade; Universalização da educação,em todos os níveis,como forma de dar condições de mobilidade social ao indivíduo; Autonomia da classe trabalhadora na organização da sua luta contra a exploração capitalista; Redução da jornada de trabalho; Aumento dos salários; Construção de escolas,enfim...estas últimas preconizadas pelo britânico Owen (1771-1858)!
A humanidade está em contínuo movimento. Passamos por vários modos de produção desde as sociedades primitivas,quando não havia propriedade privada,até os dias atuais com o modo de produção capitalista, que está ruindo. Como pôr fim a lógica da reprodução do operário como operário, e do capitalista como capitalista?
Como Marx, sabemos que o Estado não supera a contradição de interesses da sociedade civil, pois está á serviço da classe dominante!

Norberto Bobbio, no início do século XX, traz a idéia do neocontratualismo, qual seja: As forças sociais devem continuar agindo sem cessar, num processo constante e renovado, tendo no Estado o ponto de encontro da diversidade e do embate das forças, mediante as quais se dará o pacto social. Traz ainda, a idéia da democratização da vida social como um todo,estendendo mecanismos de discussão e livre decisão á organismos como trabalho,lazer,cultura,etc.
Resgatemos, por oportuno, a meu ver, as idéias deste notável político e professor de filosofia do direito.

No campo teórico, temos pontos de aproximação com a social democracia. Ambos rejeitam a violência revolucionária para implantação do Socialismo, buscam superar o Capitalismo por meios democrático-parlamentar e não querem separar Socialismo e Democracia!
Qual a diferença? O Estado! Para nós o Estado não é minimalista,ao contrário,atua como gestor e promotor do bem estar social e trata de forma desigual, os desiguais, na medida de suas desigualdades. Foca o Povo, não o Mercado!
Aplicamos, no Socialismo, o princípio do Comunismo, qual seja: De cada um, segundo sua capacidade; A cada um, segundo suas necessidades.
A meu juízo, estamos em plena luta entre a vanguarda e os elementos que não querem mudanças por egoísmo, para manter o status quo. O projeto Socialista Democrático do PT, representa a luta entre o progresso e as forças conservadoras, entre o novo e o velho!

O Partido dos Trabalhadores deve conduzir o Brasil á compatibilização da economia socialista com a política democrática, ou seja: Igualdade de oportunidades com liberdade individual. Nesse sentido, adaptar-se ás necessidades de novas formas de gestão do patrimônio público e privado, impedindo privilégios ou exploração e garantindo igualdade de oportunidades de trabalho e acesso aos bens produzidos pela sociedade.

AVANTE BRASIL!

Diante do exposto, pergunta-se:

O que o PT propõe para o pós - crise econômica mundial para o Brasil?

Qual a proposta para superação do Capitalismo-Neoliberalismo?


Constatação pessoal e Propostas:

No próprio partido, há uma elite dominante que exclui e explora, no mínimo como cabos- eleitorais, os menos favorecidos econômica e intelectualmente, afastando-os dos centros de poder e de decisão. A base militante numerosa, gravita em torno de detentores de mandato e afins.

A recém criada Escola de Formação Política deve efetivamente fazer uma espécie de “Recall Político” de todos os filiados. Convocar todos, em seus respectivos Municípios, a fazerem os cursos de formação, seja presencial ou á distância.

Nossos encontros, mesmo de Delegados, são encarados como festa! Crachás são levantados nas votações, sem o menor critério, muitas vezes sem a menor reflexão do que está sendo proposto!

Viabilizar a sede administrativa da Zonal Grande Tijuca em local de fácil acesso do conjunto da militância e que comporte um número razoável de pessoas nos encontros, deliberações e reuniões.

Viabilizar dotação orçamentária para manutenção e projetos.

No âmbito da zonal, promover formação política dos filiados para surgimento de novos quadros dirigentes. Realizar conferências, encontros, debates e seminários regularmente, como forma de politização e atualização da militância.

Manter sistema de informação da rotina do Partido para todos os filiados no âmbito da zonal, via e-mail ou qualquer outro meio de comunicação.

Por tudo isto, sou candidato a Presidente da Zonal Grande Tijuca e submeto meu nome ao conjunto de filiados para apreciação das minhas idéias e propostas.

Rubinho da Divinéia
Coordenador do Núcleo PT-Divinéia
Ex-candidato a Vereador
Estudante de Direito
Produtor e Redator do Jornal de Bairro”Rubinho da Divinéia Jornal”.